Esses dias me senti perdido, entre tantos compromissos, tarefas e problemas do cotidiano, fiquei me perguntando o que devia fazer, quem eu sou e qual o melhor caminho para solucionar tudo o que preciso sem me desprender da minha essência. Pensei comigo mesmo: Qual a fase da vida em que mais fui eu? E a resposta veio de imediato: Infância.
Corri para o armário onde guardamos nossos álbuns de fotografia e comecei a olhar os registros de quando era pequeno. Parecia feliz na maior parte deles, não tinha muitos compromissos, cobranças e nem muitas coisas a provar para ninguém, nem para mim.
Foi um momento bom, de reencontro com quem eu era e por algum motivo, não sou mais.
Depois de olhar tantas fotos, ver aquela criança que brincava, pulava e fazia graça de tudo, depois de me enxergar por fora durante vários minutos, bateu uma tristeza.
O que eu fiz com aquela criança?
Modéstia parte, eu era muito lindo, muito alegre e talvez um pouco bruto com meus primos, mas uma coisa era fato:
Minha preocupação era viver da melhor forma que podia, fazendo tudo o que eu considerava legal, respeitando meus sentimentos e sem me culpar por cada machucado ou erro que cometia.
Com o tempo fui assumindo algumas responsabilidades e minha preocupação agora era outra, viver entre um compromisso e outro, aproveitar a vida quando dá; pois tenho muito o que conquistar e o tempo voa.
No fim das contas, eu pude enxergar claramente aquela pequena criança esquecida em qualquer canto dentro de mim, com um medo constante de fracassar entre um objetivo e outro.
E mais, com medo de si mesmo, pois ultimamente, a autocobrança tem sido o maior desafio.
Olhar para dentro me fez lembrar que assim como antes, eu ainda: preciso de diversão, preciso ser eu mesmo, e acima de tudo: preciso me perdoar!
E eu continuo brincando e ralando o joelho no caminho -mas de outra forma- e assim como antes: os erros e acertos continuam fazendo parte do processo de crescer.
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