Nossa luta é diária.
No dia 05 de agosto de 2021, mais um adolescente comete suicídio. Dessa vez, foi Lucas Santos, filho da cantora de forró Walkyria Santos, que tinha apenas 16 anos. Com orientação sexual definida como hetero, sofreu homofobia de forma agressiva em comentários no TikTok.
Me fez lembrar de quando também era adolescente, e vamos combinar por aqui que é uma das fases mais difíceis de nossas vidas. Afinal, lidamos com inúmeras incertezas e questionamentos. Na época, lidei com minha sexualidade e preconceito por não ser “tão masculino”.
Desta vez foi com uma pessoa que tem certa influência na mídia e teve repercussão, mas sabemos que todos os dias muitos Lucas Santos sofrem com os preconceitos e são suicidados.
Ser LGBTQIA+ nos coloca sempre em vulnerabilidade. Nos meus atendimentos enquanto psicólogo, atendo e acolho pessoas que são LGBTQIA+, e que assim como eu, sofreram inúmeras violências pelo simples fato de sermos nós mesmos. Ser adulto, não faz com que as violências deixem de existir.
A poucos dias atrás, ao iniciar um processo de psicoterapia com uma nova pessoa, aconteceu um fato que já aconteceu algumas vezes: fui questionado sobre minha sexualidade. Ao indagar qual seria o sentido da pergunta, disfarçou ao responder e disse que era "apenas para ficar mais confortável".
Ao responder que sou gay, a mesma disse que desejaria encerrar a consulta.
A psicoterapia pode ser um meio de fortalecimento do indivíduo. A LGBTQIA+fobia, infelizmente, ainda está longe de acabar. Penso em como a sociedade está imersa na tecnologia e o quanto comentários em massa podem afetar nossa percepção sobre nós mesmes.
No dia que a nova pessoa quis encerrar a sessão, também senti o peso que a homofobia causa em nós. A LGBTQIA+fobia ceifa vidas diariamente. A Heteronormatividade e a percepção social do que é para homem e o que é para mulher também.
A nossa luta é diária.
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