A necropolítica que o brasil insiste em chamar de segurança pública.
- Canto Baobá

- há 17 horas
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120 pessoas mortas (e aumentando..) em uma única “operação policial” no Rio de Janeiro.Corpos dispostos em praça pública, sob a justificativa de “combate ao crime”. O governo chama de operação. A mídia, de confronto.Mas o que de fato aconteceu tem nome: chacina, mais uma dentro de um projeto antigo de gestão da morte.
Achille Mbembe, ao falar de necropolítica, explica que o poder moderno se organiza pela capacidade de decidir quem merece viver e quem pode morrer. No Brasil, esse poder tem cor, território e classe definidos há séculos.

A mesma estrutura que deveria garantir saúde, segurança e vida, é a que promove o trauma, o medo e o luto coletivo.
É o Estado que fala em “saúde mental” enquanto produz adoecimento psíquico: nas mães que enterram filhos, nas crianças que aprendem cedo a se jogar no chão ao ouvir um disparo, nas comunidades que vivem em permanente estado de alerta.
Frantz Fanon já dizia: a violência colonial não termina quando o tiro cessa, ela segue inscrita no corpo, no inconsciente, nas relações.
E enquanto a psicologia insistir em neutralidade, ela será cúmplice.
O sofrimento nas favelas não nasce da fragilidade individual, mas da política sistemática de extermínio que transforma o medo em ferramenta de controle social.
Pensar em saúde mental coletiva é pensar em políticas que não matem.
















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