Já amamos pessoas odiáveis.
Daquelas que nos envergonhamos de um dia ter cedido nosso peito. Por algum motivo, tendemos a procurar sentimento em corações ocos.
Talvez tenhamos a esperança de ouvir um eco qualquer vindo de lá.
Existem amores que nem sabemos se amamos. Na maioria desses casos, a resposta está na dúvida. É impossível não ter certeza se amou alguém. É sim ou não, sem meio termo.
Meu irmão costuma chamar meu cachorro de um nome diferente do que usamos. Acho que ele tem a ilusão de que meu cachorro o atenda desse jeito. A mesma coisa acontece quando chamamos alguém de amor sem amar. Alimentamos a ilusão de sermos atendidos um dia.
Os amores que não amamos podem doer menos, mas sempre vão carregar o talvez estampado na testa. Um talvez frio na barriga. Uma talvez saudade. Todos temos quase amores. Daqueles que hora ou outra pensamos: "Poderia ter sido mais".
Poderia?
O caminho que não pegamos sempre parece o melhor.
Os amores não vividos são eternos. Para o mal e para o bem, eles sempre estarão por perto.
Será que vale a pena voltar?
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