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Foto do escritorAna Paula

O corpo e seus afetos


Este não é um texto sobre o corpo nos relacionamentos, sobre autoestima ou sobre técnicas de autocuidado. Este texto é um convite para que você olhe para o seu organismo, agora mesmo, da forma como ele está e escute, o que ele te diz?


Olha aí, sua cabeça, seus ombros, músculos, pernas, o que te chama atenção? Que sensações têm? Respira bem fundo e volta aqui para conversarmos.


Talvez você tenha visto dores, pesos, preguiças, sede, necessidade de expandir ou encolher, talvez vazio, alegria, desejo de algo que você não sabe direito o que é. O fato é que o nosso corpo é a principal testemunha de tudo o que vivemos, pensamos e sentimos, e ele é sincero! Não está comprometido com máscaras sociais e valores externos, (embora o utilizemos nessa direção) e estar atentus a ele pode nos aproximar de uma forma mais gentil e autêntica de existir.


Sabe aquela tristeza sem nome? Ou angústia, raiva, culpa, excitação que não parecem ter lugar? O primeiro lugar das nossas emoções é o corpo e elas demandam tempo e companhia para se realizar. Mais do que medicá-lo, entorpecê-lo ou calá-lo, estar presente para o que acontece no corpo com interesse genuíno pode nos dar ferramentas importantes para seguir com inteireza.


O que se corpo te diz nesse momento? Que concessões podem ser feitas e quais não? Quando você vai encontrá-lo com liberdade pela se expressar o que você tem passado sem julga-lo? Não somos robôs, e embora sermos robôs ágeis, produtivos e confiantes o tempo todo seja a chamada do momento, é preciso reconhecer o quão problemática e adoecedora é essa lógica e permitir ter intimidade como nossas humanidades.


Com toda as construções e pressões sociais, fazemos o nosso melhor, nas condições que temos, enquanto ainda não é possível fazer melhor ainda. Nos acolher e validarmos também nas vulnerabilidades, da espaço para sermos em completude, onde nenhuma parte nossa é deixada pra trás, mas cada uma encontra fluidez para ser nesse inteiro que somos nós.


Mas e o corpo? Ele pode ser um bom termômetro que nos alerta quando limites estão sendo ultrapassados, quando nos traímos ou quando estamos exatamente onde deveríamos estar.


Existir demanda espaço, que espaço você vai se dar hoje?

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