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Quando uma mãe nasce:

Convidamos as profissionais mães do Canto Baobá para falar abertamente sobre  culpa materna 

"Quando nasce uma mãe, nasce uma culpa". E para Ana Paula, mãe de um casal e Psicóloga Parceira do Canto Baobá, esta frase está tão normalizada e romantizada que, dificilmente, conversas como essa que teremos aqui, aconteceriam: "Falamos essa frase com tanta naturalidade, que humanizamos um sofrimento que não deveria existir. " - Ana Paula


Mas primeiro: por que culpa? Para Noemi Machado, mãe a 6 meses e meio e Psicóloga parceira do Canto Baobá, a maternidade é muito romantizada e criticada, de forma com que a sociedade cobre dessa mulher uma posição de passividade e não direito de reclamar das privações que a maternidade causa:

"Com a privação, principalmente de sono, eu pensei em repensar a maternidade. Mas não podemos repensar, justamente pelo julgamento alheio. Nunca vou esquecer da noite em que meu corpo tremeu de exaustão. Eu tenho um esposo presente e parceiro, mas a carga física é minha. Foi meu corpo quem tremeu. " - Noemi Machado


Inúmeras jornadas e papéis


Kassya Lourenço, mãe do Gabriel de 5 anos e Psicóloga Parceira do Canto Baobá, conta que seu dia é dividido entre seus papéis sociais: mãe, filha, esposa, amiga, profissional - e como tudo isso se interssecciona?


"Meu dia começa pensando na rotina do meu filho, o que irá comer, se escovou os dentes, levar e buscar na escola, além de todas as outras responsabilidades que tenho, como trabalhar e os a fazeres de casa. Fico me questionando se estou no caminho certo, pois quero que ele cresça feliz e seja uma pessoa educada. Mas me sinto cansada com a rotina, inclusive de ser mãe. E gera uma culpa, também." - Kassya Lourenço


"Se eu fosse você, educava seu filho do meu jeito"


Bárbara Silva, mãe de primeira viagem do Antony e parte do time de Relacionamentos e Processos com o Cliente do Canto Baobá, relata que a pressão de ser reconhecida como boa mãe, trabalhadora e forte, somada aos julgamentos, ajudam a aumentar o sentimento de culpa.


"Questionamentos sobre forma de criação, qual roupa colocar no calor ou frio, se coloca na creche ou não, se da fórmula ou não - de pessoas que não são nem conhecidas- pesa muito. E em muitos momentos queremos dar conta sozinhas, justamente pelo julgamento de "foi eu quem quis, eu quem devo cuidar", e vamos deixando o nosso cuidado para depois. Eu tenho rede de apoio, mas tem coisas que só quem é mãe passa. A frase "Amo meu filho, mas odeio a maternidade" para mim é muito real. " - Bárbara Silva


De irmã à responsável: Afeto que se constrói:


Jéssica Maldonado, mãe e Psicologa Parceira do Canto Baobá, diz que para ela a maternidade foi construída aos poucos.


"Hoje em que sou a responsável, sinto que ainda fica pairando um papel secundário, lido como "estou só tomando conta". Mas esse tomar conta envolve tudo, inclusive pensando antecipadamente nas situações e alertando o redor para que essa demanda seja cumprida. É desde abdicar de um momento de lazer por não ter rede disponível no dia para cuidar da sua filha até pensar em alertar coisas que para mim são básicas, mas é necessário ordenar para que o outro cumpra. Isso também gera sobrecarga e culpa. " - Jéssica Maldonado


Essa conversa não pode parar aqui. Humanizem mulheres! Sejam rede de apoio para mães, escutem, validem seus sentimentos! O papel de uma maternidade real é social e depende de todes!

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