
Ninguém questiona o papel de uma mãe. Aliás, da mãe sempre se cobra: atenção plena, doação de alma integral, amamentação (e se não for de peito é "falta de amor"), as melhores roupas, escola, comida.
E do pai, se espera o que? No Brasil, somente em 2021, 53,9 mil crianças não tiveram o nome do pai registrado em cartório. É esperado, então, a presença?
Do pai, se espera o mínimo esforço para que se sustente enquanto figura. E historicamente, onde o homem se coloca (e é colocado) como o provedor financeiro, enquanto a mulher cuida dos afazeres domésticos e da criação de uma criança, o pai que divide de forma equitária os afazeres - tanto de criação, educação quanto de limpeza e organização do lar - é visto como excepcional.
Mas na verdade é só um homem sendo funcional.
Quantas vezes cobramos daquela mãe que dê conta de absolutamente tudo enquanto parabenizamos um homem por lavar a louça? Quantas vezes repetimos a frase "mas olha como ele ajuda!" ?
O que é, de fato, ser pai? E como não cair no machismo e patriarcado que tentam nos empurrar todos os dias?
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