Devemos olhar as pessoas como elas são. Devemos olhar os atravessamentos que ocorrem nos encontros que temos. Falando daqui, como clínica, por muito tempo (e ainda hoje) houve uma separação entre o subjetivo e quem se é. Mas é impossível não se afetar e ser afetado pelo contexto social, político, histórico e sim, passa por raça, gênero, orientação sexual, classe social, as violências sofridas e histórias de vida.
Por isso, perguntamos: porquê só em novembro, quando deveríamos estar partindo do início de que dialogar raça em um país colonizado e escravocrata possa ser nossa melhor forma de combate e busca por respeito e equidade?
Qual é o medo de se estudar raça para além de um post bonito no instagram? Quais estruturas você quer, de fato, tocar e mudar? Qual a cor do teu amor, empatia e compaixão?
Nosso convite hoje é que você, Psicóloge, possa olhar para corpes negres com afeto e escuta ativa. Que possamos, juntes, dentro e fora da clínica, não invalidar essa pessoa que confia em ti. No seu trabalho.
Isso também é um convite para estudo. Para diálogo. Para se pensar e falar todos os dias. É para revisitar suas abordagens, manejos e técnicas para além do que a teoria diz.
O Racismo se combate dentro de todas as esferas: o divã é, também, uma delas.
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